Publicações

terça-feira, 27 de abril de 2021

Matemática Adaptada - Professora Gláucia Carvalho

O processo de ensino da matemática tem se tornado um desafio no que concerne transformá-lo significativo para quem aprende. Neste mesmo contexto surge outro desafio, incluir os alunos da Educação Especial nas turmas regulares. Assim, esta atividade tem como objetivo promover  o processo de ensino da matemática em um contexto de inclusão escolar. A professora Gláucia Carvalho da E. E. José Papaiz, trabalhou com aluno do 6º diagnosticado com TEA - Transtorno do Espectro Autista, frações matemáticas e bingo, utilizando materiais adaptados, feitos por ela. A elaboração dessas atividades adaptadas, tem como objetivo de  ensinar  matemática de uma forma lúdica e prazerosa, Podendo assim incluir esse aluno com os demais de sua turma, pois atividade pode ser feita em dupla ou trio, fazendo com que ele aluno seja incluído com toda turma.






segunda-feira, 26 de abril de 2021

Drive Atividades - Educação Especial

 Drive Ed. Especial

https://drive.google.com/drive/folders/1CVKwzZkA3gvMP_0un60-iqnfGD2WdClG?usp=sharing

Drives de atividades

 Alfabetização

https://drive.google.com/drive/folders/11ZrP3Li0h9x6R8lbtPQ-ICxRazOFUWPZ?usp=sharing

Artes

https://drive.google.com/drive/folders/1SolJvWeP4GpbCQstiM7I4sCYKK7MjImj?usp=sharing

Projetos e Datas Comemorativas

https://drive.google.com/drive/folders/1aVKXfXtiZcpNlLY9_4e3x2kyTabCLRdi?usp=sharing

Dinâmicas

https://drive.google.com/open?id=1atSHthCxSJ6Cghyb5p-LpAdEvUIRUjlz

Drives de Atividades 6º ao 9º ano

6° ano do ensino fundamental

https://drive.google.com/drive/folders/1lxRpklQsOBgET4xBT7ghlRd613F2bZjz?usp=sharing 


7° ano do ensino fundamental

https://drive.google.com/drive/folders/1zZ4ODIqI-4FTyqt6V5ASqa5arHVSMYaZ?usp=sharing


8° ano do ensino fundamental

https://drive.google.com/drive/folders/12DufA7Lari-2IDSLZWIlY9VLscdZDNmr?usp=sharing


9° ano do ensino fundamental

https://drive.google.com/drive/folders/1bqXr4paq9RCZIdjN3yAXB3j4eSwFTFwY?usp=sharing

Drives de Atividades 1º ao 5º ano

1° ano do ensino fundamental

https://drive.google.com/drive/folders/1_rOmaQUVpJf9S77rHlxIjVCdbQP8Qlvc?usp=sharing 

2° ano do ensino fundamental

https://drive.google.com/drive/folders/1RKZz06hoLLiZUaKZwYVkNVUsfmrL2R5d?usp=sharing

3° ano do ensino fundamental

https://drive.google.com/drive/folders/1uAID1ogJPr0cy8bSoi3e4eY9MwIHdX1_?usp=sharing


4° ano do ensino fundamental


5° ano do ensino fundamental

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Um aplicativo educativo, que torna mais divertida a aprendizagem!

Dica de hoje..

 

O lançamento do GraphoGame no Brasil é uma ação do Ministério da Educação, no âmbito da Política Nacional de Alfabetização e do programa Tempo de Aprender, com a colaboração de cientistas brasileiros, para apoiar os professores, em atividades de ensino remoto, e as famílias, no acompanhamento das crianças no processo de aquisição de habilidades de literacia.

O GraphoGame ajuda os estudantes da pré-escola e dos anos iniciais do ensino fundamental a aprender a ler as primeiras letras, sílabas e palavras, com sons e instruções em português brasileiro. O jogo é especialmente eficaz para crianças que estão aprendendo as relações entre letras e sons. Tudo isso sem anúncios e totalmente off-line!

O aplicativo apresenta uma dinâmica de jogo baseada em evidências científicas, a fim de desenvolver, por exemplo, a ortografia e as habilidades de leitura. O GraphoGame é o resultado de décadas de pesquisas de cientistas da leitura da Finlândia e de outros países. Todo o seu conteúdo foi adaptado para o português do Brasil pelo Instituto do Cérebro, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, confira acessando o link  http://alfabetizacao.mec.gov.br/grapho-game 



quinta-feira, 22 de abril de 2021

TalkBack Aplicativo para Baixa Visão/Cegueira


 Hoje queremos sugerir alguns aplicativos que podem ajudar ao seu aluno com baixa visão a ter acesso a tecnologia. Vale a pena instalar e experimentar tanto no celular quanto em tablet.

Talkback 

Ele é um recurso do ANDROID, um aplicativo que implementa o feedback  falado, audível ou por vibração do telefone ou tablet e vem pré-instalado na maioria dos dispositivos Google.

Site TECNOBLOG oferce duas possibilidades para a instalação do aplicativo: https https://tecnoblog.net/247247/o-que-e-o-talkback/ 

No you tube você pode aprende a mexer nele:



quarta-feira, 14 de abril de 2021

Passo a Passo da Tesoura Adaptada - Profª Elisabete Floris


As tesouras adaptadas são para crianças com dificuldades de preensão de tesoura, dificuldade de graduação de força, com problemas de coordenação motora e lateralidade, a habilidade para o manuseio da tesoura é de suma importância, essa habilidade afeta o desempenho da criança em vários momentos de sua vida e principalmente na escola, as atividades como recorte precisam ter movimentos corretos, as atividades de recortar irão proporcionar habilidades para o uso do lápis, os mesmos músculos que usamos para cortar usamos para escrever. A Professora Elisabete Floris adaptou uma tesoura normal com cola quente e fita adesiva para trabalhar os alunos com deficiência que tem dificuldade de pressão e problemas na coordenação motora.










quinta-feira, 1 de abril de 2021

Contação de História - Professora Kátia Lasco


Contação de história apresenta ao aluno um universo de narrativas, possibilitando a construção da criatividade, desenvolvendo a imaginação, a capacidade e escutar e dar sequência lógica aos fatos.

A professora Kátia, trabalhou essa narrativa com aluna Y que tem múltiplas deficiências, visual e intelectual, atividade iniciou com uma boneca três em um da Chapeuzinho Vermelho, Vovozinha e Lobo Mau, aluna tocou a boneca e as intervenções foram realizadas, questionando aluna se ela conhecia a História da Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, nesse momento Y fez toda narrativa da História utilizando o fantoche, como nas fotos abaixo. 






 

Recursos Tecnológicos - Professora Deiseane Braga Caparroz Borilli

O uso da tecnologia na Educação Especial, tem contribuído para que o aluno com deficiência intelectual ganhe uma maior independência, existem inúmeros recursos tecnológicos que podemos utilizados em sala de aula garantindo um ensino de qualidade para nossos alunos, a Professora Deiseane utilizou Tablet para baixar jogos pedagógicos e desenvolver as habilidades cognitivas de cada educando, como nas fotos abaixo. 








 

Atividade de Matemática - Professora Deiseane Braga Caparroz Borilli

Trabalhar com alunos da educação especial é sempre um grande desafio. Imagine ensinar matemática para esses alunos?

Pensando em um ensino de qualidade, a Professora Deiseane utilizou materiais recicláveis para criar jogos de matemática para que o aluno além de conhecer a sequência numérica, consiga realizar contas com adição, calcular as tabuadas, de forma lúdica e prazerosa, como vemos nas fotos abaixo.





Atividade de Alfabetização - Professora Deiseane Braga Caparroz Borilli

Encontrar a melhor metodologia de ensino para alfabetizar um aluno com deficiência intelectual é um grande desafio, pois precisamos conhecer os nossos alunos e traçar a melhor estratégia de ensino. A Professora Deiseane utilizou materiais recicláveis para criar jogos de alfabetização e trabalhar a leitura e escrita desses alunos e forma lúdica e prazerosa, como vemos nas fotos abaixo. 



  



  



  

Atividade Páscoa - Professora Elisangela Reis

Pensando nos dias atuais em que estamos trabalhando de forma remota por conta do Covid-19, a Professora Elisangela elaborou aulas em vídeo para desenvolver coordenação motora, curiosidade, percepção e autonomia dos alunos com deficiência intelectual, utilizando da data comemorativa da Páscoa junto com os valores que fazem parte dela.









 

“Os Surdos podem fazer tudo o que os Ouvintes fazem exceto ouvir!”

 

 

DIRETORIA DE ENSINO- SUZANO

“Os Surdos podem fazer tudo o que os Ouvintes fazem exceto ouvir!”

                                                           

 

 

 

                                                                                           Autores:

 

                                                                                                             

Elisabete Gomes Benatti Ramos

                                                                                                                            Rogata Ap. Atanes Netto

                                                                                                                                        Leila Ap. Schmidt

 

RESUMO

 

Este artigo, baseia-se na Live: “Os Surdos podem fazer tudo o que os ouvintes fazem, exceto ouvir!”, a mensagem passada nesta Live, parte de um olhar de uma professora Surda, falando sobre o que significa ser Surda, quais são as barreiras que existem no processo de Ensino e Aprendizagem, quais são as dificuldades vivenciadas, ao se descobrir Surda, como conquistar o seu espaço, como é adquirir a representatividade de ser Surda, politizada, Professora! O que e necessário para ressignificar a Educação de Surdos? O que significa Ouvintismo? Como nós Ouvintes, podemos ensinar alunos Surdos? O que devemos mudar para evitar Sofrimento aos alunos com surdez? O que significa a frase: “Carinho é tocar o mundo do outro com respeito”! Valorizar o desenvolvimento cognitivo de uma pessoa Surda, analisar as diversas barreiras que atrapalham e atrasam o seu desenvolvimento, avaliar estratégias que favorecem o processo de ensino e aprendizagem em uma perspectiva inclusiva, aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, uma análise dos Quatro Pilares aplicados aos alunos com Surdez. Ao nos basearmos nas vivências e percepções do povo Surdo, carregamos de significado a sua existência, além de criarmos uma Relação Dialógica a fim de entendermos como eles pensam, para podermos auxiliá-los verdadeiramente.

Palavras Chave: Surdos, Ouvintes, Alunos com Surdez, Professora Surda, Ouvintismo, Representatividade Surda, Carinho, Quatro Pilares.

 

Ao definir e enfatizar: Surdez, Surdo, Povo Surdo, entramos em contato com as especificidades do povo Surdo que se diferencia de nós Ouvintes.

Segundo Perlin (1998, p.54), os surdos, quando iniciam a convivência com outros surdos, participam desses desabafos. Porém, por muito tempo, não havia o entendimento de que alguns fatos fazem parte do que é hoje denominado Ouvintismo. Havia, apenas, uma frase que era comentada entre a comunidade surda: “Ouvintismo é como ouvintes dominam surdos, surdos precisam copiar a identidade ouvinte”, mas não se tinha uma analítica sobre essa experiência.

A luta do Surda pela conquista de seus direitos e também de ter um Professor Interlocutor fluente em Libras, para que possa ajuda-lo, bem como uma metodologia para o ensino de Língua portuguesa para Surdos, que respeite a Língua mãe dos Surdos que é a Libras. A valorização e o respeito ao Povo Surdo enfrentam um discurso social baseado no Ouvintismo, de que o Surdo era visto como Deficiente e não diferente. Entendemos como característica primordial do Ouvintismo a metodologia do oralismo ao povo surdo, um erro que aconteceu porque s ouvintes quiseram decidir o que seria melhor para o ensino de Surdos.

Segundo a pesquisadora gaúcha, Gladis Perlin, é um processo extremamente doloroso reviver a própria história em busca de pesquisa. Para ela, o processo pessoal de construção e desconstrução de valores, conceitos, visões de mundo, cultura, língua é longo e sofrido, porém é legitimo e seu valor é imensurável.

Ao pensarmos nas Competências Socioemocionais como capacidades individuais que se manifestam nos modos de pensar, sentir e nos comportamentos ou atitudes para se relacionar consigo mesmo e com os outros, pensamos em como os alunos Surdos devem desenvolver essas capacidades.  Ao estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações adversas ou recentes, pois as mesmas são observadas em nosso padrão de ação e reação frente a estímulos sociais e pessoais. A persistência ao tentar atingir um objetivo e não alcançar resultados esperados, a assertividade em se colocar, apresentar o seu ponto de vista, a empatia, saber se colocar no lugar do outro, a autoconfiança e a curiosidade para aprender.

Algumas Competências são consideradas híbridas como a Criatividade e o Pensamento Crítico, pois envolvem habilidades socioemocionais e cognitivas.

Como nós Ouvintes podemos auxiliar o Surdo a enxergar a Autogestão na relação com os Ouvintes? O quanto ele precisa ser determinado, organizado, persistente, o quanto ele precisa manter o foco, o quanto ele deve demonstrar que é responsável.

Estamos em uma Educação Inclusiva, mas na interação entre Surdos e Ouvintes, como o Surdo comanda o Engajamento com os Outros? Como se dá a Interação Social? De que forma ele manifesta a sua Assertividade bem como o seu Entusiasmo? 

Em relação a Amabilidade, de que forma demonstra Empatia, Respeito e Confiança? E como podemos auxiliá-lo nesse aspecto?

Ao pensarmos em Resiliência Emocional, como podemos evitar que a Sala de Aula regular seja estressante ou frustrante, de que forma podemos auxiliá-lo na tolerância ao estresse, na autoconfiança e na tolerância à frustração?

Para estar aberto ao novo, temos que estar seguros e a vontade, como transformar o espaço escolar em um lugar no qual os Surdos demonstrem Curiosidade para Aprender, Imaginação Criativa e Interesse Artístico.

O interesse dos Ouvintes em auxiliar é importante, mas temos que ter a humildade de entender de que quem está apto para demonstrar o melhor caminho é a Pessoa com Surdez, pois somente ela conhece todos os percalços e dificuldades pelos quais o Surdo irá passar, nós Ouvintes, devemos nos colocar a disposição, porém sem voz ativa, pois nesse espaço somos Espectadores, os quais devem aprender junto aos Surdos, quais os melhores caminhos a serem trilhados em sua caminhada.

Como incluir de fato o aluno Surdo quando se trata de Educação Inclusiva?

Parafraseando os Quatro Pilares da Educação, podemos olhar para cada um dos pilares e imaginar como fica a inclusão do aluno Surdo. Por exemplo:

Aprender a conhecer – Está ligado a competência cognitiva, é o conhecer, voltado a cognição ao conhecimento, podemos então imaginar que para aprender a conhecer, devemos entender, devemos compreender e dominar as técnicas que envolvem a aprendizagem do aluno Surdo. Entender que como a Libras é diferente da Língua Portuguesa tanto no aspecto Morfológico quanto no aspecto semântico, não avaliar o aluno Surdo como incapaz, mas entender que o pensamento dele se dá de forma diferenciada.

Além do que é necessário dominar as técnicas que envolvem a aprendizagem dos alunos Surdos para que as mesmas favorecem as Relações dialógicas assim como o Relacionamento Interpessoal dos Surdos com os professores e com os colegas ouvintes.

Devemos entender que para a aprendizagem tudo conta, tudo o que ressignificar o olhar do aluno, vale a pena, por isso na construção de conhecimentos, devemos selecionar a significância das informações que possam ser contextualizadas com a realidade dos alunos mesmo em diferentes línguas ou em bimodalismo o aluno Surdo verificar a informação em Libras e em Língua Portuguesa ao mesmo tempo.

Aprender a fazer – Já este pilar está ligado a Competência procedimental, vai ao encontro do procedimento, sendo por isso necessário na formação profissional e no preparo do mundo do trabalho. O aluno Surdo é mais observador? Como se expressa? Se pensarmos nos Anos Iniciais, a importância de colocar em prática os conhecimentos significativos experienciar, verificar, pesquisar, tudo isso faz com que o aluno desperte a criatividade e exerça a cooperação.

 

Aprender a conviver -   Este pilar está ligado a Competência Social, como podemos estimular a Competência Social do aluno Surdo? O primeiro pilar irá criar as bases necessárias para aprendermos a conviver juntos. Isto inicia-se com o respeito, só respeitando o outro para sermos respeitados. Aumentar o autoconhecimento e a autoestima dos alunos surdos irá favorecer esta competência.

 Aprender a ser- Este pilar está ligado a competência pessoal, a sensibilidade, ao sentido ético, estético e a responsabilidade pessoal. Valorizar o aluno Surdo e valorizar a sua autonomia e criticidade auxilia muito o desenvolvimento desta competência. 

Supervisora: Elisabete Gomes Benatti Ramos

Professora Talita Nabas, como fica a representatividade do Surdo em uma Sociedade Ouvintista? Ninguém melhor do que um surdo, para falar sobre o desenvolvimento de uma pessoa com Surdez e sobre a sua Representatividade em uma Sociedade Ouvintista.

Professora Talita Nabas – Eu agradeço a participação nesta formação e acho muito importante essa discussão sobre o “Lugar do Surdo”? As vezes o Surdo fica um pouco perdido, sobre o papel que ele exerce, o lugar dele? Sou formada em letras e tenho Pós-Graduação em Ed. Especial com ênfase em Surdez, então como o Surdo adquire a Língua Portuguesa, como ele aprende, como ele adquire a língua materna? Como ele aprende a língua de sinais? Porque os alunos Surdos são diferentes em seu desenvolvimento, sua aprendizagem? As vezes as pessoas pensam assim: Qual é a estratégia melhor com foco nesse aluno? Isso é importante porque existem diferenças entre os alunos surdos e ouvintes, as línguas são diferentes, a língua de sinais é totalmente diferente da língua portuguesa, as estratégias também precisam ser diferentes. É muito importante você pensar como seria o mundo visual? Para que consiga entender como o Surdo visualiza as questões, é importante você pensar nesta questão da empatia, de qual experiência o surdo tem? Como é essa experiência visual que ele tem? Como ele percebe visualmente o mundo, para que você possa mostrar. 

Supervisora: Elisabete Gomes Benatti Ramos

Deixa eu dar uma explicação para vocês, na Interpretação de Libras, existe um tempo que o intérprete precisa dar e aí fazer a interpretação em Libras, por isso esse tempo na fala da Renata, porque ela precisa ver a Libras da Talita e ela precisa fazer esse processo de tradução para a Língua Portuguesa, por isso essa demora, esse Delei, para nós podermos passar para vocês aquilo que a Talita está falando, está certo? Por isso que eu demoro um pouquinho para falar e a Sharon para interpretar, é a mesma coisa, a Talita começa a fazer a fala em Libras e a Renata precisa fazer a Leitura e passar para a Língua Portuguesa, está bom? Eu assisti um vídeo que a Talita colocou numa página dela e eu achei que é muito importante uma fala que ela diz assim: “Carinho, é tocar o mundo do outro com respeito”! a definição de carinho que a Talita colocou me surpreendeu, tocar o mundo do outro com respeito, isso é carinho! Eu vou aproveitar e perguntar para a Talita se na experiência dela, na vida escolar, onde a maioria era ouvinte, volto a dizer numa sociedade Ouvintista, faltou carinho para ela?

Porque aqui quando a gente faz essa conversa, é sempre com a intenção de respeitar o outro, respeitar o direito do outro, a condição do outro, sem fazer qualquer tipo de discriminação, e por falar nisso quero aproveitar aqui a fala e agradecer as diversas manifestações de carinho que nós recebemos, a equipe de Ed. Especial, a Renata foi muito elogiada, pela primeira formação que nós fizemos, eu queria só mandar uma mensagem para os nossos Professores, porque houve uma fala na primeira gravação, que nós citamos a APEOESP, eu queria dizer aqui que nós temos um bom diálogo com a APEOESP, somos militantes da Comunidade Surda, e a APEOESP representa a militância dos docentes, e numa das falas da Professora Renata, ela citou que muitas vezes, eu enquanto Supervisora, falo com os Professores, que querem trabalhar com a Libras, a importância da Proficiência e muitos que tem uma formação de Pós-graduação, não tem a Proficiência, e eu sempre faço uma conversa com esse Professor dizendo sobre o que ele vai enfrentar em sala de aula, e sempre digo a ele que o Surdo merece respeito, não basta conhecer o Alfabeto em Libras para atuar como Professor Interlocutor, e muitos se sentem afrontados e buscam apoio na APEOESP.

Supervisora: Elisabete Gomes Benatti Ramos

Você pode falar sobre os três tipos de escola, Professora Talita Nabas?

Professora Talita Nabas

Sim, eu sou oralizada, eu conheço a sua língua, vc conhece a minha? Uma provocação apenas.

Nós temos três tipos de escola: a escola regular, com o Professor Interlocutor, ela não tem modelo de aluno surdo, o Professor da escola regular, também não tem uma experiência para ensinar o aluno surdo. Para o trabalho se desenvolver á necessidade do Interlocutor para fazer este elo. Eu estudei na escola regular e passei por isso, me sentia desta forma na escola regular, sem vínculo. Ás vezes o professor vai avaliar o aluno surdo e o professor não sabe, não, não, não, o tempo todo, há necessidade de ter muita cautela, muito cuidado com tudo isso. Existe a questão visual, das adaptações que necessitam ser feitas, dentro da metodologia visual. A família tem o direito de escolher, ela escolhe a escola regular. Na segunda escola, a escola Polo, o que acontece de diferente tem as salas Polo, o Português é a 2ªlíngua e a Libras é a 1ª Língua. Por exemplo, no 7º ano, há uma quantidade de alunos surdos e ouvintes, é bem melhor sim, pois o Professor já tem o contato e as metodologias voltadas as adaptações. Vai verificando o que funciona e o que não funciona. O intérprete é o apoio, no Polo , há responsabilidade do ensino de Língua Portuguesa. A terceira escola é a bilíngue, no Estado de são Paulo não tem escolas bilingues, na Prefeitura tem. Como funcionam estas escolas bilingues, mais importante é que tudo é voltado para a Libras, e isso é o mais importante, ali é primordial que se tenha língua de sinais e isso acontece de forma muito natural. Os Surdos começaram a se perceber como Sujeito de Aprendizagem, ela pode se constituir, pois o Surdo tem modelos. E isso auxilia a criança na aquisição da identidade, do mundo surdo.

Supervisora: Elisabete Gomes Benatti Ramos 

Muito bom Talita, eu gosto muito quando um Surdo se empodera, gosto da Representatividade Surda, ela explicou muito bem a questão da escola bilíngue, a terceira escola é a escola especial, ainda temos algumas.

Na verdade, a Escola Bilingue, ela vai muito além do que fazer uma escola Polo e colocar todos os surdos estudando juntos. Por ex: Vamos pegar os Surdos da Região Central: Batista Renzi,  a escola Justiniano, Luiza Hidaka, Antonio Rodrigues de Almeida, Luís Bianconi também, não é isso, colocar os Surdos todos numa mesma escola não significa ter uma escola bilingue, a escola bilingue começa no portão da escola, e ela passa por todos os funcionários, que deverão conhecer a língua de sinais, fazer uso dela, ela vai na formação dos profissionais que ali estão, é uma escola com alunos Ouvintes e alunos Surdos, é uma proposta, é uma escola defendida pelos Surdos. Por falar em escola Bilíngue, o tema desta formação, nós escolhemos uma frase: “Os Surdos podem fazer tudo o que os ouvintes fazem, exceto ouvir”, esta frase é de um Surdo da Galladeut University que é uma Universidade para Surdos, fica na Califórnia- EUA.

Baseada nessa frase Talita, você acredita que numa Sociedade Ouvintista que mascara o preconceito, é possível o Surdo ser e fazer o que quiser? Quais são as principais barreiras que a pessoa surda encontra na vida, que a impedem de que ela seja tudo o que quiser ser?

Fala pra gente um pouquinho destas barreiras, o Surdo é capaz de ser tudo o que ele quiser ser?

Já vou colocar aqui para todos os professores, o Surdo não possui Deficiência Intelectual. Eu sempre ouvi a seguinte frase: ele não é só surdo, ele tem algum outro problema...Olha só como ele fala!...Olha só o comportamento dele!.... Não é possível, ele não é só surdo....

Eu posso afirmar que a maioria, a grande maioria é só surdo! A Deficiência Intelectual associada nós temos em um ou outro caso, ok!

Então, eles podem mesmo Talita, ser tudo o que eles quiserem? Exceto ouvir néh, ele só não pode ouvir...

Você confirma isso e como você vive isso no seu dia-a-dia Talita? 

Professora Talita Nabas

Sim, eu concordo, o Surdo consegue fazer tudo, ele pode fazer qualquer coisa que ele queira sim. As vezes a percepção de mundo, um movimento, ele vai percebendo visualmente, a maioria dos Surdos, eles não têm som mesmo, geralmente é visual a maioria, e eles te orientam percebendo o mundo visualmente.

Agora sobre a questão desta Sociedade preconceituosa, sistema preconceituoso, esse preconceito estrutural, por exemplo, quando a gente fala dos negros, dos surdos, é a mesma coisa, a gente se identifica muito é a mesma situação, isso é uma coisa muito enraizada isso, é uma discussão muito profunda, vamos pensar, na escola regular, em vez de usar a apalavra regular usamos a palavra normal, mas porque a gente usa este termo normal?

Uma Escola bilíngue não é normal? Ela não tem pessoas normais lá dentro? São pessoas anormais? são coisas diferentes, isso é a palavra que a gente usa no Português e isso e um preconceito! Nós precisamos adquirir o habito de entender os significados e usar o significado de regular por exemplo. Escola Bilíngue é uma escola Especial hummmm... é diferente, a escola bilingue é diferente!

Supervisora: Elisabete Gomes Benatti Ramos

 Talita, o Surdo pensa em imagens e o que acontece quando alguém passa em frente do Intérprete quando este estão interpretando?

Professora Talita Nabas

Bom, estou pensando aqui como vou responder, então vamos começar a pensar num tema sobre o mundo, lembra o que eu falei sobre tocar o mundo do outro...

Se o Intérprete não tem respeito pelo Surdo, se pensarmos nas questões sociais, na comunidade, no grupo social, elas não conhecem Libras, porque que o surdo é nervoso, acha que falta consciência..., mas falta contato com o Surdo, as pessoas não sabem o que acontece com o Surdo... acaba fazendo errado. Uma pessoa ouvinte como o Surdo percebe? O profissional Intérprete se ele está trabalhando, interpretando, como é esse lugar? Como está a visualização do Surdo? Quando alguém passa na frente é como se tirassem o campo visual, por ex: se a luz apaga, atrapalha a comunicação, perde o foco, por exemplo a questão da acessibilidade, não nem sempre isso acontece, precisa saber antes se o lugar está bom, se a iluminação está boa... é importante que o Intérprete consiga visualizar na sala de aula. Professor geralmente fala enquanto explica e o Intérprete fica desesperado pois não consegue pegar a informação e passar para o Surdo, qual a posição que fica sentado em frente ao Surdo, essa preocupação com o mundo é perceber... isso é carinho... isso é cuidado!

Supervisora: Elisabete Gomes Benatti Ramos

Para concluir Talita, todos os artistas fazendo Live e colocando a tela com o Intérprete, isso não significa acessibilidade. Da forma como está acontecendo na Pandemia, o que você deixaria como sugestão aos nossos Professores, para melhorar ainda mais na sala de aula, para que o aluno surdo tenha a sua aprendizagem garantida, já colocando a sua opinião sobre as Lives que estão ocorrendo?

Professora Talita Nabas

As diferentes formas sobre as questões visuais, os desenhos, as fotos, não é o fato de não ter som, e coloca lá a imagem.  As pessoas precisam pensar que os Surdos precisam do visual, cores, movimento, didática visual, o que significa o desenho, como que se percebe isso? Visualiza aquela situação, tenta entender como se compreende aquela situação, aquela janelinha minúscula, quase saindo do vídeo. O Surdo visualiza todo o conjunto da situação e a janela minúscula, fica sem sentido. Teve uma Live da Ludmila que a mesma caiu na piscina, os Surdos perceberam isso, perceberam o memento da queda, o movimento, mas na janelinha do intérprete, o Surdo não entendeu a interpretação na janelinha, opinião pessoal minha, eu não gosto, parece não haver acessibilidade, as pessoas respondem que tem Intérprete, ok! Mas a comunicação efetiva, falta não chega para o Surdo. Essa janela precisa ser ampliada, aquela janelinha pequenina eu acho errado! Já agora finalizando eu queria dar uma dica para os Professores que estão assistindo, não tem problema se você for de Ciências, matemática, Interlocutor, não tem importância, você tem um papel de representar, o papel que você representa é muito importante, tudo o que você sabe , você mostra para o aluno e ele vai copiando o modelo de você enquanto professor, você tem essa troca, esse relacionamento, esse compartilhar, no carinho para a pessoa Surda. O Planejamento, as estratégias visuais, algumas adaptações, não pode só letra, letra, letra, são muito importantes, como que eu Professora, toco o mundo do Surdo, como exercer essa Empatia, essa reciprocidade de tocar um ao outro, depende de quem? depende de você professor, eu quero agradecer de novo a Bete pelo Convite, a Renata pela voz

 Supervisora: Elisabete Gomes Benatti Ramos

Eu estou rindo dos ruídos da nossa comunicação, e pensando com a minha cabeça de ouvinte, como é difícil para a Renata, como é difícil para a Renata fazer essa comunicação. 

A Sharon também, isso exige do Intérprete uma tensão muscular, quanto da concentração, também pensando com a minha cabeça de ouvinte, esse vácuo, esse silêncio, a vida do Surdo é assim depende da imagem, uma vez eu estava interpretando e ninguém me avisou que haveria um Teatro, e apagaram a luz, eu levantei e disse aos Surdos para irem embora, e outra vez eu tive que disputar o espaço com uma árvore de natal, então professor Intérprete , professor Interlocutor, exija respeito na sala de aula, exija respeito, muito obrigada, Renata, Sharon, e cuidado com os pré-julgamentos, estamos aqui a trabalho, Leila, muito obrigada, Talita muito obrigada, eu amo você, todos nós somos importantes.

Referências Bibliográficas

 PERLIN, G. – Histórias da vida Surda- identidades em questão- Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998.

https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html?gclid=Cj0KCQiAifz-BRDjARIsAEElyGIGYfusJe_dGCqeVtFMxoZnFV6Ibf6Z-b_zE-O4yuRRVm16XIpC-g0aAkWbEALw_wcB- Acesso em 10/11/2020.

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. 2ed. São Paulo: Cortez Elabore três tipos de fichas (citação, resumo e analítica) com base no texto: “Os 4 pilares da Educação” de Jacques Delors. Brasília, DF: MEC/UNESCO, 2003.

DORON, Roland; PAROT, Françoise. Dicionário de Psicologia. São Paulo: Ática, 2001.

WILCOX, S; WILCOX , P. P. Aprender a ver. Petrópolis – Rio de Janeiro: Arara Azul, 2005.

SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Um a Sociedade Para Todos. 3ª edição. Rio de Janeiro: WVA, 1999, 174p.

Como Estrelas na Terra, Toda Criança é Especial


 

Cuerdas - Cordas Uma História de Amor e Inclusão Curta-Metragem de Animação.