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quarta-feira, 31 de março de 2021

Artigo - ENSINO REMOTO - LIBRAS

 




DIRETORIA DE ENSINO- SUZANO

ENSINO REMOTO- LIBRAS

                                                           

 

 

 

                                                                                   Autores:

 

                                                                                                      Elisabete Gomes Benatti Ramos

                                                                                                                            Rogata Ap. Atanes Netto

                                                                                                                                    Leila Ap. Schmidth

 

 

 

RESUMO

 

 

Este artigo baseia-se nas percepções e experiências docentes de Supervisores de Ensino, e Professores Interlocutores de Libras e de Língua Portuguesa.Com a Pandemia de Covid 19, buscamos no Ensino Remoto, caminhos para continuarmos a exercer os nossos papéis em relação ao Ensino e aprendizagem. Ao contextualizar a Ed. Especial e Inclusiva neste cenário, buscou-se elucidar o tema Libras, por meio de uma Live, definindo e enfatizando: Surdez, Surdo, Povo Surdo, Professor Especializado de DA, Professor Interlocutor de Libras, Intérprete de Libras, Supervisora de Ensino, Professora de Língua Portuguesa. Salientou-se também o direito de o Surdo ter um Professor Interlocutor fluente em Libras, para que possa ajudá-lo, bem como uma metodologia para o ensino de Língua Portuguesa para Surdos, que respeite a Língua mãe do Surdo que é a Libras.

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

A Prática foi uma Live da Diretoria de Ensino- Região de Suzano, iniciativa da Supervisora Elisabete Gomes Benatti Ramos, com a Professora Renata Francisco, a PCNP Leila ap. Schmidth e os Professores Interlocutores Uéberti Braghiolli e Rosimeire Brito, que ocorreu no dia 15 do mês de maio de 2020. Esta Live consiste em uma entrevista sobre o Universo dos Surdos, a Língua Libras, assim como a atuação dos professores Interlocutores e a aprendizagem da Língua Portuguesa como segunda língua, o artigo consiste na transcrição da entrevista associando os conceitos e sugestões da professora com a orientação de Autores que escrevem sobre Linguística e Surdez, pensamos com isso propiciar uma formação aos professores de forma que os mesmos consigam teorizar a prática e enxergar os conceitos na prática do dia-a-dia. Com isso podemos demonstrar o quanto é possível colocar em prática, discutir, e realizar intervenções a partir de conceitos teoricamente citados.

Ao contextualizar a época em que estamos o ensino remoto faz-se uma necessidade emergencial, nele, buscamos inserir, aprendizagem, envolvimento, empatia, abertura ao novo, compreensão da realidade e acima de tudo humanidade. Redirecionar o olhar para a construção do conhecimento em equipe, envolve experimentar e articular o: aprender a aprender que desenvolve uma competência cognitiva, o aprender a fazer, que traz a competência procedimental, o aprender a conviver, concomitante a uma competência social, levando ao aprender a ser, o que propicia a competência pessoal. Entender que a Pandemia representa o inusitado, o qual nunca estamos preparados, porém a necessidade de aprender não muda, assume novos formatos, novas ferramentas, revestidas de novas estratégias.“... para melhor desenvolver a sua personalidade e estar á altura de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade social...” (Delors, J. 1998- p.102).

Ao pensar em um trabalho sobre a Comunidade Surda e sobre o Povo Surdo, temos que realizar uma Articulação entre as dez Competências da Base Nacional Comum Curricular e entre os conhecimentos específicos da área de Ed. Especial, DA/Surdez. Quem é o aluno Surdo? O que é Comunidade Surda? Quem é o povo Surdo? Estas questões não são conhecidas pelos nossos Professores que atuam em Sala Regular, e que nunca tiveram contato com pessoas surdas na unidade escolar, mas são questões que além de pertencer ao PAEE- Público Alvo da Ed. Especial, pertencem a nossa Educação que antes de mais nada é inclusiva pois destina-se a alcançar todos os alunos, independentes de suas características e/ou condições.

Ao pensarmos em condições, nos reportamos a forma em que se dá o Conhecimento dos alunos com Surdez, de que forma propiciar que ele utilize os conhecimentos sobre o mundo físico, social, digital e cultural, e faça as articulações, valorizando o conhecimento e as transformações advindas por ele, de que forma nós podemos proporcionar isso é uma pergunta relevante que enquanto pesquisadores da Educação Especial teremos que responder.

O Surdo é diferente, é um povo com características diferentes o qual utiliza uma língua diferente, a sua comunicação também é diferente, porém ele consegue aprender assim como nós e não pode ser considerado incapaz, apenas por ser diferente. O Pensamento científico, crítico, reflexivo e criativo faz parte de sua natureza assim como a nossa, ele apenas utiliza canais diferentes em sua comunicação e expressão, porém isso não afeta a sua inteligência e a forma como ela é articulada. Para exemplificar isso, torna-se interessante utilizar a demonstração da Libras – Língua Brasileira de Sinais é interessante perceber que a mesma é estabelecida por meio de parâmetros que são: Configuração de Mãos, Ponto de Articulação, Movimento, Direção e Expressões não manuais (faciais e corporais). Nós ouvintes utilizamos muito pouco do nosso canal visual e muitas vezes falamos sem nos expressarmos em relação ao que estamos falando, já o Surdo ao mencionar um sinal a sua expressão facial e corporal deve combinar com o sinal realizado, senão o sinal não terá “sentido”.

A Educação Inclusiva tem uma grande incumbência, a de valorizar as diversas manifestações artísticas e culturais, principalmente as quais envolvem o povo surdo, ensinar nossos alunos não apenas a aprender Libras mas porque aprender e praticar Libras é fundamental, além de fruir e participar de práticas diversificadas da produção artístico cultural, pois sabemos criticar que o povo surdo quando era oralizado apresentava pobreza de vocabulário na Língua Portuguesa e nós em relação ao Povo surdo, em relação á Libras?

Neste contexto inclusivo que pertence à Educação, mesmo no Ensino Remoto, precisamos nos expressar melhor e partilhar informações, experiências, sentimentos, ideias, situações, a fim de produzir sentidos que nos levem ao entendimento mútuo, pois somos seres de relações. Utilizar diferentes linguagens é fundamental, aprender e praticar Libras é essencial!

Neste momento em que a Educomunicação ganha um novo espaço, compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética é uma responsabilidade presente e estende-se a todos nós. Principalmente agora no ensino remoto, a Educação Inclusiva ganha um espaço para comunicar-se, acessar e produzir informações e conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria com equidade, segurança e respeito.

Para valorizar-se e apropriar-se de conhecimentos e experiências, é preciso antes de tudo conhecer a si próprio, o seu potencial, as suas limitações, e mais do que é isso é saber fazer escolhas que estejam atreladas a sua história. Compreender o mundo do trabalho, e fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de Vida, com liberdade, autonomia, criticidade e responsabilidade é necessário e emergente, é quase um dever de todos nós na sociedade inclusiva.

 Experimentar uma nova ferramenta, viabilizar a sua utilização, proporcionar um espaço junto aos palestrantes de forma que dividam a câmera com os Interlocutores de Libras, assim como ir atrás de novas ferramentas e testar incansavelmente cada uma delas constitui-se um desafio constante para a PCNP Leila Ap. Schmidth, que transita com estabilidade, calma e eficiência, conquistando o sabor de novas conquistas junto ao grupo.

A Supervisora Elisabete Gomes Benatti Ramos, que além de Supervisora é também Professora, e possui uma vasta atuação e vivência junto à comunidade surda de Suzano. A Supervisora Elisabete, reuniu a Equipe de Ed. Especial e dividiu a sua ideia, trazendo a Professora Renata Francisco, para uma Entrevista sobre várias abordagens que envolvem Libras

Apresentar com todo o respeito e amor o Universo dos Surdos, respeitando as suas convicções, a sua Cultura, as suas características, a sua Língua, não é fácil, é um desafio extenso e constante. A Professora Renata Francisco, tem uma vasta experiência em atuação como Intérprete de Libras, é uma pesquisadora incansável, está sempre em busca, parafraseando Delors, está sempre aberta ao aprender a aprender, por isso foi escolhida para falar sobre os Surdos, e abordar também o seu processo de ensino e aprendizagem, pois em relação a competência cognitiva, a mesma possui pesquisa de campo em larga escala. 

Interpretar a Entrevista entre a Supervisora Elisabete e a Professora Renata Francisco, trouxe um novo desafio aos Professores Interlocutores de Libras: Uebérti Braghiolli e Rosimeire Brito, pois interpretar com fluência na mesma temporalidade da fala, exige experiência, dinamicidade e velocidade dos Interlocutores de Libras.

Para iniciarmos, a primeira pergunta escolhida foi em relação a definição de Libras e sua historicidade.

Supervisora Elisabete- Professora Renata o que é Libras, de onde veio? Pra que veio?

Professora Renata- Oi gente, o meu sinal é o “R” no canto da boca e a configuração em “C” na bochecha, o que é LIBRAS? É uma Língua e está dentro da linguagem, é uma língua efetiva, assim como a Língua Portuguesa e se desenvolve na cultura em que o Surdo está inserido, a língua é uma necessidade de comunicação do ser humano, que também tem necessidade humana de comunicação, os próprios surdos é que desenvolveram esta competência de se comunicar visualmente por meio da língua de sinais. Este produto de signos que traz isso para os Surdos, parece óbvio, mas não é. Por que ela é visual? Os Surdos não têm este sentido, a Língua de sinais não é inventada é desenvolvida pelos Surdos, eu preciso do outro para me desenvolver, o outro me constitui. Para que ela veio? Eu preciso do outro para me desenvolver, para constituir o surdo como indivíduo, que se empodera, como pessoa que move o ambiente. “...Muitos questionam o fato de a língua de sinais não ser padronizada para todo mundo, contudo, a língua de sinais como todas as línguas orais nascem e crescem de forma independente em cada povo, reforçando a identidade de cada cultura...” (WILCOX; WILCOX, 2005)

Descrever, o conceito da Língua Brasileira de Sinais, descrever a sua origem, historicidade, articulando com o aspecto social no qual os Surdos estão inseridos. Entender o conjunto de signos, como desenvolvimento da comunidade surda. Entender a constituição do ser por meio da interação com o outro.

A segunda pergunta foi escolhida, porque faz parte dos Parâmetros que constituem a Libras enquanto língua mãe dos Surdos.

Supervisora Elisabete – Professora Renata, a utilização de caretas na interpretação de libras é exagero?

Professora Renata- A importância da Interação com o surdo, na constituição de um Intérprete. A importância de utilizar as expressões, entender que isso não é um exagero, e sim necessidade. Ninguém irá ensinar a Língua de sinais como o Surdo ensina. Aconteceu comigo, uma vez, ao interpretar, um Surdo com uma postura bem despojada, com total desprezo por mim, disse que eu parecia água, que eu não tinha nenhuma “expressão”,eu perguntei se ele queria água, ele fez uma crítica utilizando uma metáfora, nós aprendemos que Surdo não utiliza metáfora, eles utilizam  e criticam por meio de metáforas. Apesar de na época isso ter me matado por dentro, hoje eu sou grata, pois ninguém vai dizer a um Intérprete, com tanta sinceridade quanto um Surdo, essa foi uma grande lição. A expressão compõe está intrínseca “...Podemos separar as expressões faciais em dois grandes grupos: as expressões afetivas e as expressões gramaticais. As primeiras são utilizadas para expressar sentimentos (alegria, tristeza, raiva, angústia, entre outros) e podem ou não ocorrer simultaneamente com um ou mais itens lexicais. Já as expressões gramaticais, estão relacionadas a certas estruturas específicas, tanto no nível da morfologia quando no nível da sintaxe e são obrigatórias nas línguas de sinais em contextos determinados...” (Quadros, Pizzio e Rezende, p3-2008)

A terceira pergunta foi escolhida devido a necessidade de caracterizarmos corretamente a Libras, enquanto Língua Brasileira de Sinais e como se referir a uma pessoa Surda, complementa a questão, pois não basta conhecer a língua sem conhecer a comunidade Surda que faz uso da Libras.

Supervisora Elisabete- Professora Renata -A Libras é universal?

Supervisora Elisabete – Professora Renata, como se referir a uma pessoa Surda? Muitas pessoas acham que utilizar a palavra Surda é um termo pejorativo. O povo Surdo, pensa de forma diferente, identificar-se como surdo, não é pejorativo é a representatividade e identidade em relação a surdez, já a palavra deficiente, vem carregada de “peso”, “preconceito”. Entender a dificuldade do Surdo na sociedade como um problema “social”, pois a nossa sociedade é e sempre foi excludente. É a mesma situação se compararmos com pessoas que chamam o Negro de “moreninho”, isso além de pejorativo é preconceituoso. A identidade implica o processo de consciência de si próprio, sendo que esta ocorre por meio de relações intersubjetivas, de comunicações lingüísticas e experiências sociais, tornando-se um processo ativo (Doron e Parot, 2001).

 A quarta pergunta envolve o entendimento da Lei Federal 10436 de 2002 e como deve ser a atuação do professor Interlocutor de Libras e do professor do AEE.

Supervisora Elisabete - A Lei Federal de 10.436 de 2002 reconhece o Surdo como Surdo, nesse caso nós evoluímos bastante em relação ao Interlocutor de Libras.

Supervisora Elisabete- Professora Renata, em relação ao AEE, você poderia dar a sua opinião?

Professora Renata- Sobre o Atendimento Educacional Especializado- AEE existem algumas críticas, o que nos remete a solicitação de  ter Políticas Públicas, sendo que a Língua de sinais seja valorizada na família pois a língua se aprende na comunidade e não no AEE, há a necessidade de salas de educação bilíngue para os menores, por conta das especificidades do aluno surdo. O AEE é importante para Surdos que apresentem outras comorbidades, e na aprendizagem da utilização de diferentes recursos, para facilitarem a aprendizagem na sala regular e não como “Reforço”, nem como ensino da língua de sinais. “... Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil...” (Lei Federal 10.436 de 24 de abril de 2002- Parágrafo único).

 A quinta questão é importante pois traz o Preconceito contra a Surdez, o que envolve os Modelos utilizados por Romeu Sassaki em relação ao princípio da inclusão além de enfatizar os direitos do Surdo.

Supervisora Elisabete- Professora Renata o que você pensa sobre a realidade do Brasil ser diferente, e sobre as dificuldades que as famílias têm de aceitar a surdez, recorrendo a cirurgias, e tentando o desenvolvimento da fala?

Parafraseando Sassaki, (1997) “Modelo Médico”, no qual o surdo deve ser reabilitado, uma visão ultrapassada e anterior a visão do Princípio da Inclusão, que nos remete a um modelo baseado na “prática social”.

Professora Renata- O Surdo tem o direito de ser educado em primeira língua por Libras e em segunda língua pela Língua Portuguesa e tem o direito de ter um Intérprete que seja fluente na língua dele. O preconceito em aceitar a Cultura Surda, tem raízes no “Ouvintismo” em acreditar que as minorias devem adquirir a Língua Portuguesa O Professor Interlocutor não pode se colocar como ouvinte, e deixar o “cliente” aluno na mão. Por isso nós Professores temos de buscar conhecimento, nos aprimorar, buscar cada vez mais qualidade na sua atuação. Precisamos ter essa consciência, onde eu busco aprimoramento? Com os Surdos! “...Ouvintismo é como ouvintes dominam surdos, surdos precisam copiar a identidade ouvinte”, mas não se tinha uma analítica sobre essa experiência...” (Perlin, 1998, p.54).

Nunca podemos nos colocar acima dos Surdos, pois eles têm uma experiência visual, o qual nós ouvintes não temos! 

A sexta pergunta, refere-se a necessidade de proficiência em Libras e sobre Bancas Examinadoras com Surdos.

Supervisora Elisabete- Sofremos algumas críticas referentes a carga horária dos Professores Interlocutores, se nós temos três professores Intérpretes, cada uma precisa se especializar numa área específica.

Supervisora Elisabete - Falando sobre Proficiência, você já ouviu alguma coisa sobre uma banca examinadora, o que você tem ouvido sobre isso junto a comunidade surda?

 Professora Renata- Nós temos algumas situações, eu tenho 20 anos na área, para aprender Libras eu busquei ter contato com os Surdos. Em sala de aula, perdemos um pouquinho a proficiência, o que os Surdos falam, para mim, eles expressam as dificuldades ou falta de fluência dos Intérpretes. E isso acaba queimando o profissional. Eu penso que se eu como ser humano, gosto de ser bem atendida na minha língua, o Surdo também tem esse direito. O Profissional antes de passar pela banca deve fazer um exame de consciência. Ex: Eu tenho competência para isso? Vocês precisam exigir da Rede Estadual Proficiência, Banca, acesso as Associações. Não dá para ficar a vida inteira com Cursos Básicos, isso me incomoda bastante.

Supervisora Elisabete- A Professora Renata, fica muito brava mesmo, mas isso que a Renata falou é verdade, quantas vezes eu fui criticada, denunciada, porque eu cobrei, questionei os Professores em atribuições de aula.

A importância da sétima questão é para que os Professores percebam a diferença da Estrutura da Libras para a Língua Portuguesa de forma a valorizar a forma como o Surdo se expressa.

Supervisora Elisabete – Para os nossos Professores de Língua Portuguesa o que você tem para nos contar?

 Professora Renata- Nós estamos falando de brasileiros que utilizam outra língua, o acesso para os Surdos é visual, eu sempre falo para os surdos vocês precisam ler muito. Podemos dizer que na maneira como eles enxergam são estrangeiros. Nós precisamos entender que eles enxergam visualmente.

O homem caiu na piscina, a primeira coisa que iremos visualizar é a piscina, primeiro eu monto o cenário e depois eu faço o homem cai, isso é humano, isso é visual A LP é linear- Sujeito, verbo, objeto. Para nós ouvintes, é um esforço porque somos auditivos. Ex: LP Eu vou sua casa- Surdo: sinal de ir à sua casa- Eu casa sua. Muitos professores pensam: essa criança tem problema e não é, trata-se da constituição da língua.  O que é na?

Você não pode trabalhar a estrutura da Língua Portuguesa na estrutura de Libras. Shirley Vilhalva, é uma surda militante da comunidade indígena. É muito interessante trabalhar nas interlínguas, mas nós como Professores da Educação Básica não podemos nos frustar achando que não conseguimos ensinar, isso é um processo, como eu passo a imagem para o papel, então passamos a trabalhar com eles os conectivos, ele precisa entender que as palavras tem uma função diferente. Eles confundem muito as preposições, não entendem por que as letras não podem ser substituídas. Ex: porque o D não pode ser substituído pelo T. 

Considerações Finais

Supervisora Elisabete- Nós quatro ficaríamos aqui mais duas horas falando sobre  Libras, porém estamos nos aproximando do término, Este é a primeira conversa , teremos outros em continuidade a este tema, farei as interações pelo chat,  traremos uma Professora Surda eu passo a palavra para a Professora Renata fazer as considerações finais e depois encerro, passo a palavra.

Professora Renata - Uau, Uau, muito obrigada, Bete, pela oportunidade de verdade , eu amo muito falar sobre Surdos,  eu, Renata penso que se o meu aluno não está aprendendo,  sou eu é que não consigo chegar lá, esse é o meu pensamento,nas experiências que eu tive    eu nunca me enganei quanto a isso, todas as vezes que eu mudei o método, eu vi que era eu que estava com a estratégia inadequada, não existe problema nenhum em tirar o foco de você e de colocar no seu aluno,no sentido de perceber que não é a deficiência dele que está atrapalhando é a sua,  as vezes saber muito também se torna uma deficiência,  aí você precisa reduzir um pouquinho para ele poder acompanhar. Eu queria que vocês pensassem que todo aluno tem o seu tempo de aprendizagem com o surdo não é diferente. eu por exemplo: Não sei Língua de sinais Grega, estão surgindo muitas pesquisas, tenham paciência, com vocês também. Obrigada, Bete, Rose Uebérti, Leila e Rogata que estão nos bastidores. Mais do que ser reconhecida como profissional é você ser reconhecida como Pessoa no meio deles. Obrigada mesmo.

Supervisora Elisabete- Fiquei emocionada também Renata, eu lembro do primeiro dia que eu te conheci e falei para a Rose, quem é aquela Intrusa? Quer ser intérprete vem aprender com a gente!

Eu queria agradecer muitíssimo a nossa convidada Renata, falando com tanto amor, dos Surdos! Rose Intérprete, muito obrigada! Uéberti, muito obrigada! Muito Obrigada a Leila que ficou trocando as telas, eu também não posso deixar de falar da Rogata, sempre muito ansiosa em promover formações e da minha parceira Reni e da Nossa Dirigente Mara, uma pessoa muito sensível em relação á Educação Especial e aos Surdos, valeu até a próxima. 

Referências

DELORS, J. et al. Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 1998. 

QUADROS, Ronice M. de. Educação de Surdos: a aquisição de linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

DORON, Roland; PAROT, Françoise. Dicionário de Psicologia. São Paulo: Ática, 2001.

WILCOX, S; WILCOX , P. P. Aprender a ver. Petrópolis – Rio de Janeiro: Arara Azul, 2005.

SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Um a Sociedade Para Todos. 3ª edição. Rio de Janeiro: WVA, 1999, 174p.

VILHAVA, Shirley. Despertar do Silêncio. Petrópolis/RJ: Editora Arara Azul LTDA, 2004.

https://sae.digital/base-nacional-comum-curricular-competencias/- Acesso em 10 de novembro de 2020.

 


"Os surdos podem fazer tudo que os ouvintes fazem, exceto ouvir." (Irving King Jordan)


Mediadora do StreamYard - Leila Schimith Mediadora da entrevista - Supervisora Elisabete Benatti Entrevistada - Profª Talita Nabas Interpretação - Sharon Cardoso Tradução - Renata Francisco

 

Deficiência Intelectual, desafios e possibilidades.



Mediação do StramYard: Leila Schimith Mediadora da entrevista - PCNP Rogata Netto Entrevistado - Prof. Jefferson Diego de Paulo Interpretação - Indaiá Janaina Dias Silva e Uéberti Mendes

 

Formação - Classe Hospitalar


Mediadora - Supervisora Reni Gomes Entrevistada - Karina Alves Borges Interpretação - Indaiá Janaina Dias Silva e Uéberti Mendes

 

segunda-feira, 29 de março de 2021

Só os rebeldes transformam o mundo!!


 

Bem Vindo à Holanda!

 

Frequentemente sou solicitada a descrever a experiência de criar um filho portador de deficiência, para tentar ajudar as pessoas que nunca compartilharam dessa experiência única a entender, a imaginar como deve ser. É mais ou menos assim...

Quando você vai ter um bebê, é como planejar uma fabulosa viagem de férias - para a Itália. Você compra uma penca de guias de viagem e faz planos maravilhosos. O Coliseu. Davi, de Michelangelo.

As gôndolas de Veneza. Você pode aprender algumas frases convenientes em italiano. É tudo muito empolgante. Após meses de ansiosa expectativa, finalmente chega o dia.

Você arruma suas malas e vai embora. Várias horas depois, o avião aterrissa. A comissária de bordo chega e diz: "Bem-vindos à Holanda".

"Holanda?!? Você diz, "Como assim, Holanda? Eu escolhi a Itália. Toda a minha vida eu tenho sonhado em ir para a Itália." Mas houve uma mudança no plano de vôo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá que você deve ficar.

O mais importante é que eles não te levaram para um lugar horrível, repulsivo, imundo, cheio de pestilências, inanição e doenças. É apenas um lugar diferente.

Então você deve sair e comprar novos guias de viagem. E você deve aprender todo um novo idioma. E você vai conhecer todo um novo grupo de pessoas que você nunca teria conhecido.

É apenas um lugar diferente. Tem um ritmo mais lento do que a Itália, é menos vistoso que a Itália. Mas depois de você estar lá por um tempo e respirar fundo, você olha ao redor e começa a perceber que a Holanda tem moinhos de vento, a Holanda tem tulipas, a Holanda tem até Rembrandts.

Mas todo mundo que você conhece está ocupado indo e voltando da Itália, e todos se gabam de quão maravilhosos foram os momentos que eles tiveram lá. E toda sua vida você vai dizer "Sim, era para onde eu deveria ter ido. É o que eu tinha planejado."

E a dor que isso causa não irá embora nunca, jamais, porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa. No entanto, se você passar sua vida de luto pelo fato de não ter chegado à Itália, você nunca estará livre para aproveitar as coisas muito especiais e absolutamente fascinantes da Holanda.


Emily Perl Kingsley