DIRETORIA DE ENSINO- SUZANO
ENSINO REMOTO- LIBRAS
Autores:
Elisabete
Gomes Benatti Ramos
Rogata
Ap. Atanes Netto
Leila
Ap. Schmidth
RESUMO
Este
artigo baseia-se nas percepções e experiências docentes de Supervisores de
Ensino, e Professores Interlocutores de Libras e de Língua Portuguesa.Com a
Pandemia de Covid 19, buscamos no Ensino Remoto, caminhos para continuarmos a
exercer os nossos papéis em relação ao Ensino e aprendizagem. Ao contextualizar
a Ed. Especial e Inclusiva neste cenário, buscou-se elucidar o tema Libras, por
meio de uma Live, definindo e enfatizando: Surdez, Surdo, Povo Surdo, Professor
Especializado de DA, Professor Interlocutor de Libras, Intérprete de Libras,
Supervisora de Ensino, Professora de Língua Portuguesa. Salientou-se também o
direito de o Surdo ter um Professor Interlocutor fluente em Libras, para que
possa ajudá-lo, bem como uma metodologia para o ensino de Língua Portuguesa
para Surdos, que respeite a Língua mãe do Surdo que é a Libras.
INTRODUÇÃO
A
Prática foi uma Live da Diretoria de Ensino- Região de Suzano, iniciativa da
Supervisora Elisabete Gomes Benatti Ramos, com a Professora Renata Francisco, a
PCNP Leila ap. Schmidth e os Professores Interlocutores Uéberti Braghiolli e
Rosimeire Brito, que ocorreu no dia 15 do mês de maio de 2020. Esta Live
consiste em uma entrevista sobre o Universo dos Surdos, a Língua Libras, assim
como a atuação dos professores Interlocutores e a aprendizagem da Língua
Portuguesa como segunda língua, o artigo consiste na transcrição da entrevista
associando os conceitos e sugestões da professora com a orientação de Autores
que escrevem sobre Linguística e Surdez, pensamos com isso propiciar uma
formação aos professores de forma que os mesmos consigam teorizar a prática e
enxergar os conceitos na prática do dia-a-dia. Com isso podemos demonstrar o
quanto é possível colocar em prática, discutir, e realizar intervenções a
partir de conceitos teoricamente citados.
Ao
contextualizar a época em que estamos o ensino remoto faz-se uma necessidade
emergencial, nele, buscamos inserir, aprendizagem, envolvimento, empatia,
abertura ao novo, compreensão da realidade e acima de tudo humanidade.
Redirecionar o olhar para a construção do conhecimento em equipe, envolve
experimentar e articular o: aprender a aprender que desenvolve uma competência
cognitiva, o aprender a fazer, que traz a competência procedimental, o aprender
a conviver, concomitante a uma competência social, levando ao aprender a ser, o
que propicia a competência pessoal. Entender que a Pandemia representa o inusitado,
o qual nunca estamos preparados, porém a necessidade de aprender não muda,
assume novos formatos, novas ferramentas, revestidas de novas estratégias.“...
para melhor desenvolver a sua personalidade e estar á altura de agir com cada
vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade
social...” (Delors, J. 1998- p.102).
Ao
pensar em um trabalho sobre a Comunidade Surda e sobre o Povo Surdo, temos que
realizar uma Articulação entre as dez Competências da Base Nacional Comum
Curricular e entre os conhecimentos específicos da área de Ed. Especial,
DA/Surdez. Quem é o aluno Surdo? O que é Comunidade Surda? Quem é o povo Surdo?
Estas questões não são conhecidas pelos nossos Professores que atuam em Sala
Regular, e que nunca tiveram contato com pessoas surdas na unidade escolar, mas
são questões que além de pertencer ao PAEE- Público Alvo da Ed. Especial,
pertencem a nossa Educação que antes de mais nada é inclusiva pois destina-se a
alcançar todos os alunos, independentes de suas características e/ou condições.
Ao
pensarmos em condições, nos reportamos a forma em que se dá o Conhecimento dos
alunos com Surdez, de que forma propiciar que ele utilize os conhecimentos
sobre o mundo físico, social, digital e cultural, e faça as articulações,
valorizando o conhecimento e as transformações advindas por ele, de que forma
nós podemos proporcionar isso é uma pergunta relevante que enquanto
pesquisadores da Educação Especial teremos que responder.
O
Surdo é diferente, é um povo com características diferentes o qual utiliza uma
língua diferente, a sua comunicação também é diferente, porém ele consegue
aprender assim como nós e não pode ser considerado incapaz, apenas por ser
diferente. O Pensamento científico, crítico, reflexivo e criativo faz parte de
sua natureza assim como a nossa, ele apenas utiliza canais diferentes em sua
comunicação e expressão, porém isso não afeta a sua inteligência e a forma como
ela é articulada. Para exemplificar isso, torna-se interessante utilizar a
demonstração da Libras – Língua Brasileira de Sinais é interessante perceber
que a mesma é estabelecida por meio de parâmetros que são: Configuração de
Mãos, Ponto de Articulação, Movimento, Direção e Expressões não manuais
(faciais e corporais). Nós ouvintes utilizamos muito pouco do nosso canal
visual e muitas vezes falamos sem nos expressarmos em relação ao que estamos
falando, já o Surdo ao mencionar um sinal a sua expressão facial e corporal
deve combinar com o sinal realizado, senão o sinal não terá “sentido”.
A
Educação Inclusiva tem uma grande incumbência, a de valorizar as diversas
manifestações artísticas e culturais, principalmente as quais envolvem o povo
surdo, ensinar nossos alunos não apenas a aprender Libras mas porque aprender e
praticar Libras é fundamental, além de fruir e participar de práticas
diversificadas da produção artístico cultural, pois sabemos criticar que o povo
surdo quando era oralizado apresentava pobreza de vocabulário na Língua
Portuguesa e nós em relação ao Povo surdo, em relação á Libras?
Neste
contexto inclusivo que pertence à Educação, mesmo no Ensino Remoto, precisamos
nos expressar melhor e partilhar informações, experiências, sentimentos,
ideias, situações, a fim de produzir sentidos que nos levem ao entendimento
mútuo, pois somos seres de relações. Utilizar diferentes linguagens é
fundamental, aprender e praticar Libras é essencial!
Neste
momento em que a Educomunicação ganha um novo espaço, compreender, utilizar e
criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética é uma
responsabilidade presente e estende-se a todos nós. Principalmente agora no
ensino remoto, a Educação Inclusiva ganha um espaço para comunicar-se, acessar
e produzir informações e conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria com equidade, segurança e respeito.
Para
valorizar-se e apropriar-se de conhecimentos e experiências, é preciso antes de
tudo conhecer a si próprio, o seu potencial, as suas limitações, e mais do que
é isso é saber fazer escolhas que estejam atreladas a sua história. Compreender
o mundo do trabalho, e fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de
Vida, com liberdade, autonomia, criticidade e responsabilidade é necessário e
emergente, é quase um dever de todos nós na sociedade inclusiva.
Experimentar
uma nova ferramenta, viabilizar a sua utilização, proporcionar um espaço junto
aos palestrantes de forma que dividam a câmera com os Interlocutores de Libras,
assim como ir atrás de novas ferramentas e testar incansavelmente cada uma
delas constitui-se um desafio constante para a PCNP Leila Ap. Schmidth, que
transita com estabilidade, calma e eficiência, conquistando o sabor de novas
conquistas junto ao grupo.
A
Supervisora Elisabete Gomes Benatti Ramos, que além de Supervisora é também
Professora, e possui uma vasta atuação e vivência junto à comunidade surda de
Suzano. A Supervisora Elisabete, reuniu a Equipe de Ed. Especial e dividiu a
sua ideia, trazendo a Professora Renata Francisco, para uma Entrevista sobre
várias abordagens que envolvem Libras
Apresentar
com todo o respeito e amor o Universo dos Surdos, respeitando as suas
convicções, a sua Cultura, as suas características, a sua Língua, não é fácil,
é um desafio extenso e constante. A Professora Renata Francisco, tem uma vasta
experiência em atuação como Intérprete de Libras, é uma pesquisadora
incansável, está sempre em busca, parafraseando Delors, está sempre aberta ao
aprender a aprender, por isso foi escolhida para falar sobre os Surdos, e
abordar também o seu processo de ensino e aprendizagem, pois em relação a
competência cognitiva, a mesma possui pesquisa de campo em larga escala.
Interpretar
a Entrevista entre a Supervisora Elisabete e a Professora Renata Francisco,
trouxe um novo desafio aos Professores Interlocutores de Libras: Uebérti
Braghiolli e Rosimeire Brito, pois interpretar com fluência na mesma
temporalidade da fala, exige experiência, dinamicidade e velocidade dos
Interlocutores de Libras.
Para
iniciarmos, a primeira pergunta escolhida foi em relação a definição de Libras
e sua historicidade.
Supervisora
Elisabete- Professora Renata o que é Libras, de onde veio? Pra que veio?
Professora
Renata- Oi gente, o meu sinal é o “R” no canto da boca e a configuração em “C”
na bochecha, o que é LIBRAS? É uma Língua e está dentro da linguagem, é uma
língua efetiva, assim como a Língua Portuguesa e se desenvolve na cultura em
que o Surdo está inserido, a língua é uma necessidade de comunicação do ser
humano, que também tem necessidade humana de comunicação, os próprios surdos é
que desenvolveram esta competência de se comunicar visualmente por meio da
língua de sinais. Este produto de signos que traz isso para os Surdos, parece
óbvio, mas não é. Por que ela é visual? Os Surdos não têm este sentido, a
Língua de sinais não é inventada é desenvolvida pelos Surdos, eu preciso do
outro para me desenvolver, o outro me constitui. Para que ela veio? Eu preciso
do outro para me desenvolver, para constituir o surdo como indivíduo, que se
empodera, como pessoa que move o ambiente. “...Muitos questionam o fato de a
língua de sinais não ser padronizada para todo mundo, contudo, a língua de
sinais como todas as línguas orais nascem e crescem de forma independente em
cada povo, reforçando a identidade de cada cultura...” (WILCOX; WILCOX, 2005)
Descrever,
o conceito da Língua Brasileira de Sinais, descrever a sua origem,
historicidade, articulando com o aspecto social no qual os Surdos estão
inseridos. Entender o conjunto de signos, como desenvolvimento da comunidade
surda. Entender a constituição do ser por meio da interação com o outro.
A
segunda pergunta foi escolhida, porque faz parte dos Parâmetros que constituem
a Libras enquanto língua mãe dos Surdos.
Supervisora
Elisabete – Professora Renata, a utilização de caretas na interpretação de
libras é exagero?
Professora
Renata- A importância da Interação com o surdo, na constituição de um
Intérprete. A importância de utilizar as expressões, entender que isso não é um
exagero, e sim necessidade. Ninguém irá ensinar a Língua de sinais como o Surdo
ensina. Aconteceu comigo, uma vez, ao interpretar, um Surdo com uma postura bem
despojada, com total desprezo por mim, disse que eu parecia água, que eu não
tinha nenhuma “expressão”,eu perguntei se ele queria água, ele fez uma crítica
utilizando uma metáfora, nós aprendemos que Surdo não utiliza metáfora, eles
utilizam e criticam por meio de metáforas. Apesar de na época isso
ter me matado por dentro, hoje eu sou grata, pois ninguém vai dizer a um
Intérprete, com tanta sinceridade quanto um Surdo, essa foi uma grande lição. A
expressão compõe está intrínseca “...Podemos separar as expressões faciais em
dois grandes grupos: as expressões afetivas e as expressões gramaticais. As
primeiras são utilizadas para expressar sentimentos (alegria, tristeza, raiva,
angústia, entre outros) e podem ou não ocorrer simultaneamente com um ou mais
itens lexicais. Já as expressões gramaticais, estão relacionadas a certas
estruturas específicas, tanto no nível da morfologia quando no nível da sintaxe
e são obrigatórias nas línguas de sinais em contextos determinados...”
(Quadros, Pizzio e Rezende, p3-2008)
A
terceira pergunta foi escolhida devido a necessidade de caracterizarmos
corretamente a Libras, enquanto Língua Brasileira de Sinais e como se referir a
uma pessoa Surda, complementa a questão, pois não basta conhecer a língua sem
conhecer a comunidade Surda que faz uso da Libras.
Supervisora
Elisabete- Professora Renata -A Libras é universal?
Supervisora
Elisabete – Professora Renata, como se referir a uma pessoa Surda? Muitas
pessoas acham que utilizar a palavra Surda é um termo pejorativo. O povo Surdo,
pensa de forma diferente, identificar-se como surdo, não é pejorativo é a
representatividade e identidade em relação a surdez, já a palavra deficiente,
vem carregada de “peso”, “preconceito”. Entender a dificuldade do Surdo na
sociedade como um problema “social”, pois a nossa sociedade é e sempre foi
excludente. É a mesma situação se compararmos com pessoas que chamam o Negro de
“moreninho”, isso além de pejorativo é preconceituoso. A identidade
implica o processo de consciência de si próprio, sendo que esta ocorre por meio
de relações intersubjetivas, de comunicações lingüísticas e experiências
sociais, tornando-se um processo ativo (Doron e Parot, 2001).
A
quarta pergunta envolve o entendimento da Lei Federal 10436 de 2002 e como deve
ser a atuação do professor Interlocutor de Libras e do professor do AEE.
Supervisora
Elisabete - A Lei Federal de 10.436 de 2002 reconhece o Surdo como Surdo, nesse
caso nós evoluímos bastante em relação ao Interlocutor de Libras.
Supervisora
Elisabete- Professora Renata, em relação ao AEE, você poderia dar a sua
opinião?
Professora
Renata- Sobre o Atendimento Educacional Especializado- AEE existem algumas
críticas, o que nos remete a solicitação de ter Políticas Públicas,
sendo que a Língua de sinais seja valorizada na família pois a língua se
aprende na comunidade e não no AEE, há a necessidade de salas de educação
bilíngue para os menores, por conta das especificidades do aluno surdo. O AEE é
importante para Surdos que apresentem outras comorbidades, e na aprendizagem da
utilização de diferentes recursos, para facilitarem a aprendizagem na sala
regular e não como “Reforço”, nem como ensino da língua de sinais. “... Entende-se
como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão,
em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura
gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e
fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil...” (Lei Federal
10.436 de 24 de abril de 2002- Parágrafo único).
A
quinta questão é importante pois traz o Preconceito contra a Surdez, o que
envolve os Modelos utilizados por Romeu Sassaki em relação ao princípio da inclusão
além de enfatizar os direitos do Surdo.
Supervisora
Elisabete- Professora Renata o que você pensa sobre a realidade do Brasil ser
diferente, e sobre as dificuldades que as famílias têm de aceitar a surdez,
recorrendo a cirurgias, e tentando o desenvolvimento da fala?
Parafraseando
Sassaki, (1997) “Modelo Médico”, no qual o surdo deve ser reabilitado, uma
visão ultrapassada e anterior a visão do Princípio da Inclusão, que nos remete
a um modelo baseado na “prática social”.
Professora
Renata- O Surdo tem o direito de ser educado em primeira língua por Libras
e em segunda língua pela Língua Portuguesa e tem o direito de ter um Intérprete
que seja fluente na língua dele. O preconceito em aceitar a Cultura Surda, tem
raízes no “Ouvintismo” em acreditar que as minorias devem adquirir a Língua
Portuguesa O Professor Interlocutor não pode se colocar como ouvinte, e deixar
o “cliente” aluno na mão. Por isso nós Professores temos de buscar
conhecimento, nos aprimorar, buscar cada vez mais qualidade na sua atuação.
Precisamos ter essa consciência, onde eu busco aprimoramento? Com os Surdos!
“...Ouvintismo é como ouvintes dominam surdos, surdos precisam copiar a
identidade ouvinte”, mas não se tinha uma analítica sobre essa experiência...”
(Perlin, 1998, p.54).
Nunca
podemos nos colocar acima dos Surdos, pois eles têm uma experiência visual, o
qual nós ouvintes não temos!
A
sexta pergunta, refere-se a necessidade de proficiência em Libras e sobre
Bancas Examinadoras com Surdos.
Supervisora
Elisabete- Sofremos algumas críticas referentes a carga horária dos Professores
Interlocutores, se nós temos três professores Intérpretes, cada uma precisa se
especializar numa área específica.
Supervisora
Elisabete - Falando sobre Proficiência, você já ouviu alguma coisa sobre uma
banca examinadora, o que você tem ouvido sobre isso junto a comunidade surda?
Professora
Renata- Nós temos algumas situações, eu tenho 20 anos na área, para aprender
Libras eu busquei ter contato com os Surdos. Em sala de aula, perdemos um
pouquinho a proficiência, o que os Surdos falam, para mim, eles expressam as
dificuldades ou falta de fluência dos Intérpretes. E isso acaba queimando o
profissional. Eu penso que se eu como ser humano, gosto de ser bem atendida na
minha língua, o Surdo também tem esse direito. O Profissional antes de passar
pela banca deve fazer um exame de consciência. Ex: Eu tenho competência para
isso? Vocês precisam exigir da Rede Estadual Proficiência, Banca, acesso as
Associações. Não dá para ficar a vida inteira com Cursos Básicos, isso me
incomoda bastante.
Supervisora
Elisabete- A Professora Renata, fica muito brava mesmo, mas isso que a Renata
falou é verdade, quantas vezes eu fui criticada, denunciada, porque eu cobrei,
questionei os Professores em atribuições de aula.
A
importância da sétima questão é para que os Professores percebam a diferença da
Estrutura da Libras para a Língua Portuguesa de forma a valorizar a forma como
o Surdo se expressa.
Supervisora
Elisabete – Para os nossos Professores de Língua Portuguesa o que você tem para
nos contar?
Professora
Renata- Nós estamos falando de brasileiros que utilizam outra língua, o
acesso para os Surdos é visual, eu sempre falo para os surdos vocês precisam
ler muito. Podemos dizer que na maneira como eles enxergam são estrangeiros.
Nós precisamos entender que eles enxergam visualmente.
O
homem caiu na piscina, a primeira coisa que iremos visualizar é a piscina,
primeiro eu monto o cenário e depois eu faço o homem cai, isso é humano, isso é
visual A LP é linear- Sujeito, verbo, objeto. Para nós ouvintes, é um esforço
porque somos auditivos. Ex: LP Eu vou sua casa- Surdo: sinal de ir à sua casa-
Eu casa sua. Muitos professores pensam: essa criança tem problema e não é,
trata-se da constituição da língua. O que é na?
Você
não pode trabalhar a estrutura da Língua Portuguesa na estrutura de
Libras. Shirley Vilhalva, é uma surda militante da comunidade indígena. É
muito interessante trabalhar nas interlínguas, mas nós como Professores da
Educação Básica não podemos nos frustar achando que não conseguimos ensinar,
isso é um processo, como eu passo a imagem para o papel, então passamos a
trabalhar com eles os conectivos, ele precisa entender que as palavras tem uma
função diferente. Eles confundem muito as preposições, não entendem por que as
letras não podem ser substituídas. Ex: porque o D não pode ser substituído pelo
T.
Considerações
Finais
Supervisora
Elisabete- Nós quatro ficaríamos aqui mais duas horas falando
sobre Libras, porém estamos nos aproximando do término, Este é a
primeira conversa , teremos outros em continuidade a este tema, farei as
interações pelo chat, traremos uma Professora Surda eu passo a
palavra para a Professora Renata fazer as considerações finais e depois
encerro, passo a palavra.
Professora
Renata - Uau, Uau, muito obrigada, Bete, pela oportunidade de verdade , eu
amo muito falar sobre Surdos, eu, Renata penso que se o meu aluno
não está aprendendo, sou eu é que não consigo chegar lá, esse é o
meu pensamento,nas experiências que eu tive eu nunca me
enganei quanto a isso, todas as vezes que eu mudei o método, eu vi que era eu
que estava com a estratégia inadequada, não existe problema nenhum em tirar o
foco de você e de colocar no seu aluno,no sentido de perceber que não é a
deficiência dele que está atrapalhando é a sua, as vezes saber muito
também se torna uma deficiência, aí você precisa reduzir um
pouquinho para ele poder acompanhar. Eu queria que vocês pensassem que todo
aluno tem o seu tempo de aprendizagem com o surdo não é diferente. eu por
exemplo: Não sei Língua de sinais Grega, estão surgindo muitas pesquisas,
tenham paciência, com vocês também. Obrigada, Bete, Rose Uebérti, Leila e
Rogata que estão nos bastidores. Mais do que ser reconhecida como profissional
é você ser reconhecida como Pessoa no meio deles. Obrigada mesmo.
Supervisora
Elisabete- Fiquei emocionada também Renata, eu lembro do primeiro dia que eu te
conheci e falei para a Rose, quem é aquela Intrusa? Quer ser intérprete vem
aprender com a gente!
Eu
queria agradecer muitíssimo a nossa convidada Renata, falando com tanto amor,
dos Surdos! Rose Intérprete, muito obrigada! Uéberti, muito obrigada! Muito
Obrigada a Leila que ficou trocando as telas, eu também não posso deixar de
falar da Rogata, sempre muito ansiosa em promover formações e da minha parceira
Reni e da Nossa Dirigente Mara, uma pessoa muito sensível em relação á Educação
Especial e aos Surdos, valeu até a próxima.
Referências
DELORS,
J. et al. Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo:
Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 1998.
QUADROS,
Ronice M. de. Educação de Surdos: a aquisição de linguagem. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1997.
DORON,
Roland; PAROT, Françoise. Dicionário de Psicologia. São Paulo: Ática,
2001.
WILCOX,
S; WILCOX , P. P. Aprender a ver. Petrópolis – Rio de Janeiro: Arara Azul,
2005.
SASSAKI,
Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Um a Sociedade Para Todos. 3ª edição. Rio
de Janeiro: WVA, 1999, 174p.
VILHAVA,
Shirley. Despertar do Silêncio. Petrópolis/RJ: Editora Arara Azul LTDA, 2004.
https://sae.digital/base-nacional-comum-curricular-competencias/- Acesso
em 10 de novembro de 2020.